Confiança



A última casinha
no fim do arraial
abriga um velho sozinho

(os filhos se mudaram,
a mulher já lhe morreu).

Ele ficou ali
a olhar o caminho
para algum lugar.

Mas ainda cuida do tempo
que amadurece todo dia
em seu quintal

e sempre diz:
enquanto Deus for servido,
eu vou tocando a vida.

E diz isso confiante
com o olhar de quem sabe
para onde.

(poema inédito em livro)

1 comentários:

CARLOS ZÜRCK CRUZ disse...


Meu querido poeta, gostaria do seu parecer.
P.S.: ... amo sua poesia!