BOIS AZUIS






Pela etérea palhada dos meus sonhos
os bois azuis repastam brisa e luar
e suas leves ancas tecem danças
entre as finas e brancas sedas do ar.

Os longos chifres luzem nos relumbres
do orvalho que se move devagar
e dos úmidos olhos vagam-lumes
para o alto, para o além, o algum lugar.

A efêmera manada então descansa
e nas palhas da noite se desmama
a rarefeita sede de sonhar.

Aos poucos a manhã azul se impõe
e encobre a aura, e luz, e espanta o sonho:
meus bois azuis refluem no luar.

0 comentários: