O Amor

 


 

 

 

O amor,

de manhã cedo,

urina restos azedos

de sonhos e afagos.

 

 

Não basta

limpar os dentes

a gosma da língua

que o amor sempre míngua

suas sementes.

 

 

Não adianta

abrir as cortinas

para que entre o cio

de algum argumento

contra o amor morrente;

 

 

A alegria cria mofo

nos olhos de ontem,

mas o amor ascende

de suas próprias cinzas

de suas sobras e minas

úmidas e quentes.

 

 

O amor inclina o homem.

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